Os nossos Fundadores


 

   D. Manuel Vieira de Matos (1861-1932)


Deus Precisa dos Homens

Era o título de um filme que circulou há anos…

É verdade se pensarmos que Deus desejou para os homens um projecto de Amor que tem de ser realizado por homens.

E é verdade se meditarmos nas vidas de alguns santos em que não sabemos descobrir até onde vai a energia de homem e onde começa a Graça de Deus… Onde termina a graça divina e começa o esforço que ultrapassa o homem comum.

Podemos pensar em Paulo, Francisco de Assis, Francisco Xavier e tantos e tantos que deixaram a sua marca na história e cuja obra perdura tempo fora.

É o que, sem exagero, ao rever a vida do fundador do CNE, ao localizá-lo na sua época, ao descobrir – é a palavra – as iniciativas e soluções por ele tomadas, muitas vezes adiantando-se no tempo.

O Homem

Era filho único, educado por sua mãe, por falecimento do pai quando ele tinha sete anos.

Este facto marcaria a sua personalidade íntima.

“Na intimidade o seu temperamento ressentia-se bastante de ter sido filho único e objectivo de carinho da sua mãe”.

Mas praticamente a sua infância e juventude foram consagradas à sua preparação para o sacerdócio, cumprindo pontualmente e com brilhantismo os vários cursos até à formatura em Teologia, acumulando, bem cedo, as funções de professorado e direcção espiritual do Seminário.

“No zelo pela casa de Deus e da Igreja, no amor pelas almas, não podia ser excedido”.

Isto mesmo fica atestado, em especial, nas duas dioceses de que foi único responsável: Guarda e Braga.

Onde, para além da competência humana adquirida nas escolas, ia D. Manuel buscar tanta energia e tamanha lucidez?

“Nunca recebia ninguém para tratar de assuntos, ou mesmo só para cumprimentar, sem passar antes e depois pela Capela, a pedir a Luz de Deus e a dar-lhe Graças.”

Sendo assim para os assuntos mais simples, tanto mais terá sido quando enfrentou os maiores desafios e privações.

 

 
Dr. Avelino Gonçalves (1895-1981)

 

Pensador, organizador, obreiro

Tal como D. Manuel, também o Dr. Avelino surge-nos como predestinado para o Serviço da Igreja, para isso preparando-se desde a infância até ao doutoramento em Roma e à Missa Nova, nas Catacumbas de São Calisto, no domingo de Páscoa de 1918.

Na Arquidiocese de Braga foi um colaborador muito próximo do Arcebispo D. Manuel, participando na série de Congressos realizados por iniciativa daquele Prelado, trabalhando na imprensa e incumbindo-se, muito especialmente, do lançamento do Escutismo Católico.

E lançamos uma interrogação apenas aos que têm 28 anos: com que coragem, humildade, convicção e audácia têm desempenhado os seus compromissos Escutistas?... Foi com essa idade que o Dr. Avelino começou a edificar o “Corpo Nacional de Scouts”.

Em Lisboa, e em âmbito nacional, “apenas” desenvolveu a nível mais largo e elevado as extraordinárias qualidades que já demonstrara.